Muitas empresas tendem a alocar tempo e dinheiro em testes para grandes iniciativas, ignorando pequenas ideias que, no conjunto, podem ter um impacto maior e com menos riscos. Em um mundo empresarial cada vez mais complexo, a Experimentação se tornou uma ferramenta vital para orientar as decisões e impulsionar a inovação. Como enfatiza Stefan Thomke, autor de “A Cultura da Experimentação”, os desafios mais importantes para uma organização se tornar experimentalista em larga escala não estão nas técnicas e ferramentas, e sim, residem na cultura e na atitude dos gestores em focar na otimização de recursos, engessamento de processos e produções previsíveis, o que inviabiliza o pensamento de aprendizado e inovação. Outra razão para frear a experimentação é a intolerância aos fracassos e a perdas de curto prazo que poderiam trazer aprendizados essenciais para alavancar ganhos nos médio e longo prazos. Nesse contexto, surge o Experimental Designer, um profissional que pode catalisar a Cultura da Experimentação em organizações que ambicionam ser mais analíticas e desejam prosperar com dados.
Quem é o Experimental Designer
O Experimental Designer é um profissional multifacetado que combina conhecimento técnico sólido em experimentação, fortes habilidades analíticas e uma profunda compreensão de negócios e de pessoas. Ele desempenha um papel crucial na condução e na implementação de uma cultura de experimentação nas organizações. Esse profissional é capaz de identificar oportunidades de inovação, otimização de recursos, testar hipóteses, analisar resultados com rigor estatístico e traduzir insights em ações concretas que impulsionam o sucesso organizacional. Além disso, ele possui soft skills essenciais para influenciar e colaborar eficazmente com diferentes equipes dentro da organização.
Suas Habilidades e Conhecimentos Chave
1. Técnicas Analíticas Avançadas: Um Experimental Designer deve ser proficiente em Machine Learning, Estatística e Análise de Dados, utilizando ferramentas como R, Python, ou software estatístico específico para extrair insights significativos a partir dos dados históricos armazenados como também de novos dados dos experimentos.
2. Experimentação Planejada (DOE): Ele deve possuir expertise em design de experimentos, incluindo a capacidade de criar planos de experimentação, definir fatores críticos, estabelecer níveis de variáveis e analisar resultados de maneira sistemática. Além disso ele precisa cuidar muito bem da apresentação dos resultados traduzindo-os em gráficos simples para que todos compreendam os insights.
3. Conhecimento de Negócios: Compreender profundamente os objetivos e estratégias da organização é essencial. O Experimental Designer deve alinhar os experimentos com as metas importantes para garantir que os resultados sejam relevantes para o sucesso da empresa.
4. Conhecimento de Métodos Ágeis e de Melhoria: Familiaridade com métodos ágeis, como Scrum e Lean, bem como técnicas de melhoria contínua, é crucial para incorporar a experimentação de maneira eficaz nas operações da organização.
5. Soft Skills: Habilidades de comunicação, trabalho em equipe, liderança e influência são vitais para promover uma cultura de experimentação e colaborar com diferentes partes interessadas.
Como o Experimental Designer Atua nas Empresas
O papel do Experimental Designer é vital no ambiente corporativo contemporâneo. Atuando como catalisadores de inovação e eficiência, desempenham múltiplas funções que vão desde a identificação de oportunidades de melhoria até a implementação de mudanças estratégicas. Vejamos como esses profissionais transformam empresas com sua abordagem única à experimentação e análise:
Identificação de Oportunidades: Identifica áreas críticas onde experimentação pode trazer melhorias e define objetivos claros para os experimentos.
Planejamento de Experimentos: Desenvolve planos de experimentação detalhados, incluindo variáveis, níveis e métodos de coleta de dados.
Condução e Análise de Experimentos: Realiza experimentos de acordo com os planos, coleta e analisa dados, e interpreta os resultados para tomar decisões.
Tutoria e Educação: Promove a cultura de experimentação, educa as equipes sobre a importância dos experimentos, pratica a tutoria de times e colabora com stakeholders para implementar mudanças com base nos resultados dos experimentos.
Aprendizado Contínuo da Organização: Usa os insights obtidos para iterar aprender e melhorar constantemente os processos e produtos da organização.
Essa Nova Carreira é para Quem Afinal?
Aqui apresentamos algumas pessoas que seriam fortes candidatos a abraçar essa nova carreira:
Product Managers: Ampliam suas habilidades para realizar testes controlados, interpretar dados e tomar decisões informadas, melhorando a inovação e resultados de suas Squads.
Times de Dados & Analytics: Aprofundam conhecimentos em análise estatística, interpretação de dados e aplicação prática de experimentação em diversos contextos organizacionais.
Profissionais de UX (Experiência do Usuário): Aprimoram habilidades em testes de usabilidade, análise de dados e design centrado no usuário para melhores experiências.
Marketing, Growth e CRM: Beneficiam-se do programa para otimizar campanhas, analisar comportamento do consumidor e aumentar eficácia em estratégias de growth.
Exemplos de Atuação Específica por Tipo de Indústria
Tecnologia e Software
Em empresas de tecnologia, o Experimental Designer pode trabalhar em equipes de produtos para otimizar a experiência do usuário, testar novos recursos, melhorar a usabilidade e realizar experimentos de A/B para maximizar o engajamento dos usuários.
Varejo e E-commerce
Nas indústrias de varejo e e-commerce, o Experimental Designer pode conduzir experimentos para otimizar preços, estratégias de marketing, design de websites, personalização de recomendações de produtos e logística para melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos.
Saúde e Ciências da Vida
Em organizações de saúde e ciências da vida, o Experimental Designer pode ser crucial para conduzir testes clínicos, otimizar protocolos de tratamento, melhorar a eficiência de processos de fabricação e identificar intervenções eficazes com base em evidências.
Manufatura e Produção
Nas indústrias de manufatura, o Experimental Designer pode otimizar processos de produção, melhorar a qualidade do produto, reduzir desperdício e identificar oportunidades de automação.
Finanças e Serviços Financeiros
Em instituições financeiras, o Experimental Designer pode conduzir experimentos para melhorar estratégias de investimento, detecção de fraudes, otimização de portfólio, experiência do cliente em serviços online e desenvolvimento de produtos financeiros.
Educação e EdTech
No setor de educação, o Experimental Designer pode usar experimentos para aprimorar métodos de ensino, avaliar o impacto de programas de aprendizado online, personalizar conteúdo educacional e medir a eficácia de intervenções pedagógicas.
Indústria da Mobilidade
O papel do Experimental Designer na indústria da mobilidade pode ser altamente impactante, pois essa indústria está passando por uma transformação significativa devido à tecnologia e à demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis.
Energia e Sustentabilidade
No setor de energia e sustentabilidade, o Experimental Designer pode realizar experimentos para otimizar o uso de recursos, desenvolver fontes de energia renovável, reduzir o consumo de energia em edifícios e avaliar o impacto ambiental de iniciativas corporativas.
Enfim, descubra a força inovadora dos Experimental Designers
Em um ambiente empresarial impulsionado por dados, o Experimental Designer emerge como um ativo crítico para o sucesso das organizações. Com uma combinação única de habilidades técnicas, conhecimento de negócios e habilidades interpessoais, esses profissionais desempenham um papel vital na promoção da cultura de experimentação. Eles são agentes de mudança que capacitam as empresas a tomar decisões com base em evidências, otimizar recursos e inovar de maneira contínua.
Ao abraçar o papel do Experimental Designer, as organizações estão preparadas para prosperar em um mundo empresarial que valoriza a inovação, a eficiência e a tomada de decisões orientadas por dados. Este é o caminho para o sucesso em um cenário empresarial em constante evolução.
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