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Foto do escritorCarlos Formigari

Transformando a Tormenta de Dados em Energia e Resultados

Atualizado: 21 de nov. de 2023

Os 5 Pilares Fundamentais para a Cultura Data-Driven.




No artigo Tormenta de Dados, apresentei o desafio de lidar com a tempestade de dados na era digital e a complexidade de transformá-los em ações significativas e resultados duradouros. A primeira barreira discutida foi a tendência natural das pessoas de confiar mais em sua intuição do que nos dados objetivos à sua frente. Não que a intuição não seja importante, mas os riscos de sermos dominados por ela no processo de decisão não podem ser calculados e colocando os negócios numa situação muitas vezes indesejada, por isso, voltaremos a essa discussão sobre os vieses, heurísticas e instintos no futuro. Agora vamos nos concentrar na segunda barreira: a falta de um método eficaz para transformar dados em resultados.


Tendo superado a primeira barreira, muitas empresas ainda se sentem paralisadas, sem um caminho claro para transformar os dados e informações em ações tangíveis. Ao longo da minha trajetória profissional, desde os tempos dos trabalhos com Pesquisa de Mercado e Análise de Qualidade, e principalmente percorrendo a trajetória executiva em empresas líderes em seus segmentos e na vanguarda da utilização de dados para tomada de decisões, identifiquei 5 pilares fundamentais que alicerçam as bases para aplicação de um método eficaz para impulsionar os resultados.


Os 5 Pilares Fundamentais que formam a base para uma Cultura Data-Driven são apresentados a seguir.


1) Clareza de Propósito e Objetivos: Antes de qualquer iniciativa a partir dos dados, seja um simples dashboard para controle operacional, seja um modelo avançado para predição de comportamentos, é imprescindível ter clareza sobre o propósito da organização, suas metas a longo prazo e os indicadores que definirão o sucesso.


2) Visão Sistêmica e Cultura: Compreender a empresa como um ecossistema onde decisões em um setor podem impactar outros é vital. Os produtos, inseridos neste sistema, têm suas estratégias profundamente entrelaçadas ao funcionamento geral da organização. E fomentar uma transformação cultural onde a curiosidade, criatividade e inovação possam fazer parte do cotidiano.


3) Gestão Estratégica de Iniciativas: Adotar uma visão que englobe um conjunto de iniciativas alinhadas aos principais objetivos, permitindo uma gestão mais integrada e eficaz, com a comunicação clara aos times de onde a empresa quer chegar e quais as iniciativas que deverão ser desenvolvidas.


4) Dados Acessíveis e Equipes Capacitadas: Mais do que investir montanhas de recursos em sistemas robustos para coletar e armazenar dados, é fundamental ter equipes motivadas, qualificadas e curiosas para gerarem insights a partir destes dados. Fundamental também é garantir que os dados sejam facilmente acessíveis e estejam democratizados para os todos os colaboradores.


5) Domínio da Experimentação: Para obter resultados extraordinários, não basta apenas olhar para o retrovisor, é preciso abrir espaço para o novo. Assim, a capacidade de conduzir experimentos controlados é essencial, dotando o time com metodologias de experimentação que vão muito além dos testes A/B e possibilitando testar hipóteses e cenários com vários fatores em conjunto, aprendendo com os resultados obtidos e auxiliando o time na transformação de ideias em resultados, de maneira eficaz.


Não será da noite para o dia que uma empresa com baixo nível de Cultura Data-Driven irá passar a usar os dados de maneira estratégica. Muitas empresas tentam alguns atalhos, estruturando um Centro de Excelência em Dados, com Engenheiros e Analistas de Dados, numa espécie de “Tropa de Elite” para alavancar o uso de dados. É claro que estes times acabam produzindo produtos de dados, dashboards e até modelos sofisticados de Machine Learning; mas infelizmente na maior parte das vezes, estas iniciativas estão desconectadas dos objetivos organizacionais, como foguetes modernos partindo para Marte quando, na verdade, a empresa objetiva apenas atravessar um rio em segurança.


Outro caminho, muitas vezes válido para atingir resultados de curto prazo, é o Outsourcing, que pode funcionar muito bem para assuntos específicos, táticos ou operacionais, mas que não mudarão a forma da empresa operar e não elevarão a consciência organizacional e a busca de resultados de longo prazo.


Assim, para consolidar com sucesso essa transformação cultural, é crucial investir no desenvolvimento dos 5 pilares fundamentais e, como elemento central desse desenvolvimento, capacitar e empoderar cada vez mais as pessoas: na era digital, da tecnologia e dos dados, o elemento humano continua sendo a chave para o sucesso.


Times capacitados e exercitados são fundamentais para a trazer a confiança necessária para busca de resultados extraordinários.

Como disse o Dr. W.E. Deming, “Metas são naturalmente necessárias, mas metas numéricas estabelecidas por outras pessoas e desacompanhadas de orientação para como alcançá-las, costumam ter o efeito contrário”, e eu complementaria, a falta desta base e orientação é uma crueldade com as pessoas e um desperdício de tempo e recursos para a empresa.


Nos próximos artigos iremos discutir com mais profundidade cada um desses pilares, proporcionando insights profundos sobre uma metodologia com o potencial de transformar a tempestade de dados em energia produtiva e resultados concretos.

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1 comentário


Daniel Mello Oliveira
Daniel Mello Oliveira
23 de out. de 2023

Carlos,


Texto muito claro e concordo contigo sobre ao papel essencial do ser humano! Parabéns!

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